Fantasma de biblioteca

Oi, pessoal! Bah, já tem um tempinho que eu não escrevo, hein? Acho que uns 10 dias… Bom, o que aconteceu nesses dias: fiz 21 anos (no coments), li bastante, fiz minha prova do grau B na faculdade e… Só. Não tenho muito o que contar, apenas um sonho estranho que tive essa noite que me fez ter umas ideias malucas. Sonhei que encontrei um fantasma na biblioteca. Era uma menina, mais ou menos da minha idade. No começo, eu tive bastante medo dela, porque ela era meio demoníaca, triste e rancorosa. Mas eu não corri embora. Fiquei e conversei com ela. E durante vários dias eu voltei à biblioteca para vê-la. Conforme eu ia conversando/escutando, a aparência dela começou a melhorar, até que ela ficou da mesma forma que ela era como humana, uma menina normal. Pois é, do nada, eu tinha uma amiga que era um fantasma que assombrava a biblioteca. Sério, quando eu acordei (uma meia hora antes do despertador tocar) mil coisas vieram a minha cabeça: será que quando eu morrer eu vou ser um fantasma de biblioteca?? Será que existem fantasmas atormentados zanzando por aí? Que tipo de pessoa acabaria tendo sua alma aflita posicionada nos corredores de uma biblioteca? Escritores? Leitores vorazes? Bom, foi só um sonho. Mas admito, me deu uma vontade de passar na biblioteca e ver se eu não acho alguém por lá!

Mocinhas idiotas

No último ano eu venho lendo muito romances atuais, desses que ou seguem a linha Young Adult ou são eróticos e meio previsíveis. Não sei porque ando tão viciada nisso, mas lançamento atrás de lançamento vem me perseguindo com uma força arrebatadora. É a saga do Tigre, a trilogia de 50 Tons de Cinza, Belo Desastre, Toda Sua e lá vai pedrada. A bola da vez é “O Inferno de Gabriel”, de Sylvain Reynard (mais um primeiro volume de uma série). Namorei o livro muuito tempo. Fiquei quase dois meses indo todo dia na Livraria Cultural e folhando ele. A mulher de lá já tava começando a me olhar com uma cara estranha, por isso, decidi pedi-lo de aniversário adiantado pro Lucas. Sério, achei muito atraente a edição do livro, a capa é suuper apelativa, parece que te obriga a comprar e ler: dois amantes se pegando, chamas pra tudo que é lado e o slogan “Um professor atormentado por seus pecados se vê tentado por uma aluna angelical”. Tive que ler.

Eu ainda não terminei o livro. Estou a recém na página 151 (sendo que tem 511), mas já estou de saco cheio da mocinha. Puta merda, a guria deveria se chamar insegurança. NUNCA tinha visto uma mocinha tão patética e digna de pena (nem é compaixão, que é mais elegante, é pena mesmo). Sério, nem a Kells, de A Maldição do Tigre, nem a Ana, de 50 Tons, nenhuma me causou tanto pavor. Por que elas são assim???? Porque elas são estabanadas, caem por qualquer coisa e derrubam tudo que veem na frente?? Pq elas são super lindas e se acham o bichinho da goiaba?? Pq elas não aceitam nenhum presente que seus namorados/admiradores podres de rico querem dar?? Tipo, os caras são milionários, elas não têm um puto no bolso, pq não podem aceitar um presente? Nem digo que elas deveriam pedir coisas, mas, aceitar, qual o problema???? Que merda é essa moralidade fingida que elas têm?? E pq todas têm 20 e poucos anos e nunca transaram? Sério, todas são virgens, não importa a idade. Eu vou terminar o “O Inferno de Gabriel”, pois estou achando várias coisas interessantes nele, mas não quero mais saber de mocinhas idiotas. Depois dessa leitura, vou parar de comprar livros onde as protagonistas são seres que se olham no espelho e veem o quadro da dor pintado a dedo. 

POR ISSO A GENTE ACABOU

IMG_0156Nossa, eu não tenho palavras para dizer o quanto me apaixonei pelo livro de Daniel Handler. Eu AMEI. Eu ri, chorei e me indignei. Adorei a protagonista, quis matar o cara, achei o amigo da Min igual ao amigo da guria de “A Garota de Rosa Shocking” (é assim que se escreve shocking?). Sério, eu não sei como explicar. Bom, vamos aos poucos, ok?

O livro tem a edição mais linda que eu já vi. O papel é aquele bom, que só as revistas mais caras têm, sabe? As ilustrações (da Maira Kalman) são maravilhosas e combinam muito bem com a história. A letra é perfeita, a textura maravilhosa, porra, até o cheiro do livro é bom. Ou seja, amor á primeira vista.

A linguagem é jovem, direta, simples. Sempre gostei desse autor (foi ele quem fez, com o pseudônimo de Lemony Snicket,  Desventuras em Série), mas mesmo assim me surpreendi. No começo achei a narradora estranha, com suas frases muito compridas, cheias de emoção, mas depois me apaixonei por ela.

IMG_0152

Eu destesto escrever sinopses, então lá vai uma muito bagaceira: o livro é uma carta (de uma guria para um merda, que só descobri que é um merda no final do livro) explicando o porquê do fim do relacionamento deles. É um ponto final, uma conclusão.

No início da história eu estava desconfiada, depois me joguei e curti cada momento. O fim é triste, mas eu não mudaria nenhuma palavrinha, pois acho que ele ficou perfeito assim, desse jeitinho louco.

Como eu adorei as ilustrações (e não parei de tirar fotos delas no decorrer do livro), aí vão algumas. Obs.: bão reparem nas minhas unhas horríveis ou no fato de eu não saber tirar fotos.

 IMG_0181 IMG_0182 IMG_0190 IMG_0192 IMG_0196 IMG_0197 IMG_0199 IMG_0202 IMG_0203 IMG_0204

 

À casa trouxeram morto seu guerreiro

À casa trouxeram morto seu guerreiro

Alfred, Lorde Tennyson

Hoje, lendo “O Destino do Tigre”, da Colleen Houck, me deparei com um poema que a personagem principal lê em voz alta em um funeral bem atípico. Amei o poema e resolvi procurá-lo no Google e postar no blog. No entanto, achei a tradução apresentada no livro melhor do que a que achei na Internet. Por isso, copiei exatamente como lá estava.

À casa trouxeram morto seu guerreiro,

Ela não desmaiou, nem emitiu ruído.

Suas damas todas disseram bem ligeiro:

Ela deve chorar ou seu fim será doído.

Então o enalteceram, como num breviário,

Chamaram-no digno de ser amado,

Amigo de confiança, nobre adversário;

Ainda assim, ela ficou imóvel e calada.

Eu já gostei do começo. Só esses 2  estrofes já me ganharam. Me imaginei há séculos atrás, em casa, esperando meu bravo marido voltar de uma perigosa batalha quando, de repente, só seu corpo sem vida volta. E, surpreendentemente, eu não consigo chorar. E todos sabem que a melhor maneira de lidar com a morte de um ente querido é não guardando para si o sofrimento, mas pelo contrário, exacerbando ele. Eu me identifiquei bastante… Não choro em velórios e funerais. Ou pelo menos não que eu me lembre. Claro, nunca perdi nenhum dos meus pais, minha irmã ou meu namorado. Mas já perdi avós, tios… No meu caso, eu nunca chorei nesses eventos pois nunca gostei de dividir com outros emoções íntimas minhas (motivo pelo qual tbm não me sinto bem chorando ao assistir um filme com mais alguém). Já no caso da personagem, acho que o choque e a falta de esperança em continuar vivendo foi o que a impediu de derramar uma lágrima sequer.

Levantou-se uma dama do lugar,

E para o guerreiro se encaminhou,

Removeu-lhe o véu do rosto devagar;

Ainda assim, ela não se moveu nem chorou.

Amei essa parte: uma dama, provavelmente jovem (eu imagino),  imaginou que o que faltava à viúva era ver o rosto do amado, lembrar-se de suas feições. 

Ergueu-se uma aia de noventa anos,

Pôs-lhe no joelho o filho dele em segurança

E as lágrimas lhe vieram em oceano

Por ti eu vivo, minha doce criança.

E aqui é quando acredito que a experiência de vida mostra seu poder. Uma aia, ou seja, uma mulher mais simples, que já deve ter vivido de tudo um pouco na vida, de noventa anos, sabia do que a jovem viúva precisava: ela precisava de vida, simples assim. Imagino que a mesma aia já deva ter perdido amores, pais, quem sabe até filhos. E pra mim é dessa forma que o poema mostra sua beleza.

Beijinhos!